No primeiro turno das eleições deste ano, a presidente Dilma Rousseff votou para prefeito em Porto Alegre. Porém, manteve segredo sobre o seu voto. "Vamos combinar, o voto é secreto. Eu sou presidente, mas aqui estou exercendo a minha condição de cidadã", desculpou-se elegantemente, quando instada pela imprensa a revelar em quem votou. Na capital gaúcha, os três candidatos a prefeito integravam a base governista.
Em seu domicílio eleitoral, mais por circunstâncias políticas locais, a presidente se conduziu impecavelmente dentro da liturgia do cargo. Mas, só foi dar as costas a Porto Alegre, ela passou a andar de palanque em palanque pelo Brasil afora. Em Belo Horizonte, sua terra natal, não houve jeito. Mesmo com sua campanha aberta para o petista Patrus Ananias, seu ex-ministro, ele foi derrotado.
Dobrando-se à vontade dos petistas, neste segundo turno, ela não sai mais dos palanques. O PT quer ganhar todas, a qualquer custo. Para o partido, não importa que os adversários sejam derrotados, apenas. Os que os petistas querem é que sejam massacrados.
Em Teresina, a presidente manteve-se ausente de toda a campanha do primeiro turno, não obstante o partido dela ter um candidato a prefeito, o senador Wellington Dias. Nem um vídeo ela gravou para ele. Se se negou a recomendar a candidatura de um companheiro de partido, no primeiro turno, neste segundo turno, curiosamente, Dilma aparece na campanha de Teresina pedindo voto para um candidato de outro partido.
A oposição, ou porque imagina que a presença da presidente não influi significativamente no resultado da eleição ou porque está acovardada diante da força política e do prestígio popular dela, não esperneia. E o Ministério Público Eleitoral, o que faz? Apesar de o vídeo com a mensagem da presidente sair na televisão e no rádio a todo instante, com claro proselitismo, faz de conta que não vê e se omite solenemente em sua obrigação de zelar para que as forças políticas atuem no pleito em condições de igualdade
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Mas é assim a política: em Porto Alegre, onde militou politicamente e onde ainda mantém seu domicílio eleitoral, a presidente da República preservou-se de aparecer na campanha para prefeito e, depois de votar, se esquivou de revelar o seu voto. Em Teresina, no entanto, ela aparece como a estrela da campanha pedindo voto para um candidato que, embora aliado do PT e com todas as qualidades que possa ter, trata-se, seguramente, de alguém que a presidente nunca viu nem em foto.
No PT é assim, faz-se qualquer coisa para derrotar o adversário o que, para as hostes petistas tem nome e sobrenome. Em São Paulo, execraram a figura pública do grande educador Gabriel Chalita, inclusive com processos judiciais. Agora, para derrotar José Serra vivem abraçados em lua de mel daí se explica que o PMDB é a arena de antanho, fisiologista e carreirista. O que Dilma faz agora é café pequeno depois do acalorado abraço de tamanduá de Haddad e Lula no Maluf.
(*) Tom Oliveira, especial para a Tribuna de Barras:
1 comentários:
É a pura verdade, lamentavelmente,
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