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Contrastes do Piauí urbano e rural. Barras tem 48% da população residindo na área urbana

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Vista parcial da Praça Senador Joaquim Pires, região do Centro Histórico de Barras.           

O processo de urbanização do Brasil se deve ao desenvolvimento, principalmente relacionado à indústria. Até o início do século XX a população predominante no Brasil habitava a zona rural. Mas esse processo de urbanização é paralelo às desigualdades sócio-econômicas e se reflete principalmente no Nordeste. O censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas em 2010 constatou que 84% da população brasileira reside nas cidades, enquanto 16% moram na zona rural. Nas desigualdades regionais, quanto mais rico o Estado maior éa sua população urbana. Ao contrário, quanto menos desenvolvido um Estado, maior é a sua população rural. A explicação é muito fácil de se entender. Quanto maior a oportunidade de trabalho e sobrevivência as cidades oferecem, maiores serão as suas chances de crescimento. E quando as cidades são privadas de progresso, a sua população não cresce, muitos de seus habitantes vão embora em busca da sobrevivência digna. No caso de municipios pequenos sem progresso, a maior parte da população tende a se concentrar na zona rural.
DESIGUALDADE NACIONAL
Os Estados ricos são predominantemente urbanos. O Estado de São Paulo tem 96% de sua população morando nas cidades. O Estado do Rio de Janeiro é 97% urbano. Santa Catarina é 83% da população urbana, enquanto o Paraná tem 85% de seus habitantes morando nas cidades. Por outro lado, o Maranhão éo Estado com a maior população rural, com 37% de moradores residindo no campo. Em seguida vem o Piauí, que tem 34% dos seus moradores na zona rural. A Bahia tem 27% de sua população concentrada no campo, o Ceará tem 25%. Na Paraíba são 24% da população na zona rural.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO DO PIAUÍ
Atualmente o Piauí tem 226 municípíos e sua população está mais concentrada na região Norte. Com cerca de 65,77% dos piauienses vivendo nas cidades, as maiores aglomerações urbanas são os municípios pólos, além de Teresina. Com 34,23% de moradores no campo, o Piauí tem a segunda maior população rural do Brasil. Normalmente são as cidades pólos que oferecem maiores ofertas de trabalho, seja no setor público ou privado. As maiores cidades têm algumas indústrias, como Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano.
CONCEITO DA ONU
A Organização das Nações Unidas é muito rígida quanto ao conceito de urbanismo. Para a ONU, apenas um aglomerado superior a 20 mil habitantes pode de fato ser considerado urbano. Realmente parece necessário a concentração de pelo menos 20 mil moradores para que um aglomerado possa ter o mínimo de urbanização. Mas para o IBGE, no Brasil é cidade todo aglomerado que é sede de um município. Pelo conceito da ONU, existem apenas 14 cidades no Piauí: Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano, Piripiri, Campo Maior, Altos, Esperantina, Pedro II, Barras, Oeiras, José de Freitas,  São Raimundo Nonato e União.
MUNICÍPIOS RURAIS
O IBGE considera um município urbano quando mais da metade de sua população reside na cidade. E é rural quando mais da metade reside no campo. Os municípios rurais do Piauí são Miguel Alves (67% rural),  União (51% da população rural), Barras (52% rural), Luiz Correia (55% rural), Cocal (59% rural) e Miguel Alves (67% rural) e todos os demais municípios que não aparecem na planilha dos 29 municípios com até 10 mil habitantes na zona urbana. Barras e União são metade urbana e rural.
ÍNDICE DE URBANIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA PLANILHA
Na planilha contém os 29 municípios do Piauí com até 10 mil habitantes residindo na zona urbana. O município de Água Branca é o único que não consta na planilha. Água Branca tem cerca de 10 mil e 500 moradores na zona urbana, a população total do município é de 14.500 habitantes. Veja o índice de urbanização dos maiores municípios do Piauí: Teresina (94%), Parnaíba (93%), Floriano (86%), Picos (80%), Regeneração (78%), Bom Jesus (76%), Valença do Piauí (75%), Campo Maior ( 74%), Uruçuí (74%), Piripiri (73%), Altos (71%), Piracuruca (69%), Elesbão Veloso (69%), São João do Piauí (67%), São Raimundo Nonato (64%), Esperantina (63%), Oeiras (62%), Corrente (61%), Pedro II (60%), José de Freitas (58%), Canto do Buriti (56%), Paulistana (55%), Buriti dos Lopes (53%), Luzilândia (53%), União (49%), Barras (48%), Luiz Correia (45%), Cocal (41%) e Miguel Alves (33%).
Esperantina, oitavo aglomerado urbano do Piauí. Foto: Isael Lustosa.
Esperantina, oitavo aglomerado urbano do Piauí. Foto: Isael Lustosa.
REGIÃO DE ESPERANTINA
 A cidade de Esperantina é atualmente 08 maior aglomerado urbano do Piauí, com 23.156 moradores registrados pelo IBGE em 2010. A população total de Esperantina já é de quase 40 mil habitantes. O índice de urbanização em outras cidades próxima a Esperantina são: Batalha, 25.900 habitantes ( população urbana: 9.619, 37%), Porto, 11.897 habitantes (população urbana: 7.503, 63%), Matias Olimpio, 10.473 habitantes (população urbana: 4.796, 45%), Morro do Chapéu, 6.499 habitantes (população urbana: 2.298, 35%), Joaquim Pires, 13.817 habitantes (população urbana: 4.256, 30%), Madeiro, 7.816 habitantes (população urbana: 3.364, 43%).
NO LIMITE DO EXTREMO
Se a situação em cidades de Estados carentes já não é boa, imaginemos então como deve ser na zona rural. O que é mesmo que a zona rural de Estados como o Maranhão, Piauí e Paraíba produz para garantir a sobrevivência digna de seus moradores? No Piauí há raras exceções onde o progresso na zona rural de fato existe, como em Bom Jesus e Uruçuí, onde o cultivo em larga escala da soja se estabeleceu. Pelo menos a grande população rural do Brasil menos desenvolvido vem nos últimos tempos recebendo uma melhora em suas condições de vida, como a chegada da energia elétrica ea instalação de melhores escolas.
 Ao escrever esta matéria não posso esquecer que nasci e vivi parte da minha vida na zona rural de Esperantina, numa época em que se utilizava a lamparina, um estilo de vida quase pré-histórico. Se estivesse permanecido na zona rural de Esperantina, hoje eu seria talvez analfabeto, com a pele queimada e aparentando mais ou menos 45 anos de idade. Como milhões de nordestinos que vão embora para os grandes centros urbanos do Sul do Brasil, eu também fui. E só pude permanecer em São Paulo porque sou alfabetizado. Em São Paulo já não existe mais oportunidade para os retirantes que não são alfabetizados, como na época de Luiz Gonzaga e sua imortal “Asa Branca”.
(*) Paulo Machado, jornalista natural de Esperantina/PI, residente em São Paulo
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2 comentários:

Ana Célia Mourão disse...

Nota-se aí que Campo Maior e Esperantina tem 1000 pessoas a maias na zona urbana que Barras. Pedro II tem tem também em torno de 400 pessoas a mais que Barras na sua zona urbana.

Anonymous disse...

Olá Ana Célia ! Tudo bem ?
Sou o Paulo Machado, autor da matéria.

A sua observação é muito interessante. Mas podemos ainda verificar que os municipios de Barras e Campo Maior tem a mesma quantidade de habitantes: 45 mil moradores cada. Mas Campo Maior tem 33 mil habitantes na zona urbana, enquanto Barras tem apenas 22 mil. Ou seja, Campo Maior tem 11 mil moradores a mais na zona urbana do que Barras. Isso significa, entre outras coisas, que Campo Maior oferece mais oporuinidades de trabalho aos seus moradores do que Barras.

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